Cogumelos
Silvestres e de Produção
Os cogumelos silvestres comestíveis que surgem espontaneamente na natureza, em bosques e florestas durante o outono e a primavera, locais onde encontram condições favoráveis para o seu desenvolvimento, são um recurso em crescente valorização e procura pelos mercados. Em Portugal, tem-se verificado um incremento significativo das atividades relacionadas com a exploração de cogumelos silvestres e/ou cultivados, convertendo-se numa atividade em expansão.
Os cogumelos são frutificações de fungos, organismos fundamentais aos sistemas florestais pelo papel que desempenham nos ciclos de nutrientes e da água e da própria sustentabilidade das árvores, enquanto seres vivos.
Não sendo vegetais mas sim fungos, o seu cultivo obedece a parâmetros técnicos específicos, dirigidos ao cultivo particular dos cogumelos. E, tal como no reino vegetal, que engloba um enorme número de culturas dentro das quais existem no mercado variedades, também no caso dos fungos, existem diferentes espécies e algumas já com variedades comercializadas.
A sua colheita para fins comerciais pressupõe um profundo conhecimento, tradicional ou técnico, que assegure uma correta identificação das espécies bem como da sua colheita, uma vez que existem espécies sem interesse gastronómico e alguns tóxicos que podem ser confundidos com cogumelos comestíveis, podendo provocar graves problemas aos consumidores, ou mesmo à sua morte.
Apesar de existirem mais de 60 espécies comestíveis na Península Ibérica, as que apresentam um mercado consolidado na Europa são:
• Trufa negra (Tuber melanosporum);
• Boletos (Boletus edulis, Boletus pinophilus, Boletus aereus e Boletus aestivalis);
• Sanchas (Lactarius deliciosus);
• Rapazinhos (Cantharellus cibarius);
• Trompeta da morte (Craterellus cornucopioides);
• Trompeta dourada (Cantharellus tubaeformis e C. lutescens);
• Laranjinha (Amanita caesarea);
• Pantorra (Morchella esculenta e M. esculenta).
Por outro lado, diversos estudos têm permitido controlar o desenvolvimento de um alargado grupo de espécies em condições controladas, denominados cogumelos de cultura. O negócio destas espécies caracteriza-se por uma crescente tendência para a utilização de tecnologias, para elevados volumes de produção, para uma eficiente cadeia de distribuição e comercialização, provocando uma elevada competitividade. Existem diferentes técnicas de cultivo de cogumelos aplicáveis, consoante a espécie a produzir:
- Semi-intensiva (cultivo em troncos, associado ao shitake);
- Intensiva ou industrial (cultivo em unidades de produção ou fábricas).
A alternativa com menor investimento será, sem dúvida, a recolha de cogumelos silvestres. Para além do seu uso para fins gastronómicos devido ao seu valor nutricional, os cogumelos também são utilizados para fins medicinais devido à elevada diversidade de substâncias químicas que contêm ou até mesmo para na tinturaria, como fonte de corante natural no processo de tingimento de fibras têxteis.